17 May 2011

de tudo se faz

Relatório de Visita de Campo ao Laboratório Farmacêutico de Luanda


Inspecção a elementos estruturais compositivos de um pavilhão-armazém e um muro de suporte-vedação


Viana, 1 de abril de 2009


A visita ao laboratório farmacêutico de Luanda, veio demonstrar a presença de duas situações construtivas distintas:

1 – A presença de um pavilhão armazém, em elevado estado de degradação, com parte da estrutura destruída, devido á infiltração de águas pluviais;
2 – A presença de um muro-vedação, também em elevado estado de degradação.

Quanto ao primeiro caso, verificamos in loco, que o pavilhão padece de condições estruturais altamente deficitárias, pois a estrutura portante, em alvenaria de tijolo, encontra-se completamente podre, devido a infiltrações.

O reboco desta alvenaria está completamente friável, sendo, portanto o recobrimento mínimo e estando a alvenaria perigosamente solidária. Face a esta situação, aconselhamos a demolição completa deste pavilhão, pois estão em perigo situações humanas, e materiais.

Deve acrescentar-se que para além da estrutura deficiente, toda o teto falso se encontra completamente deformado e em estado de degradação. A instalação eléctrica encontra-se igualmente degradada i.e. sem recuperação possível.

Importa ainda dizer;

Relativamente ao muro-vedação, o seu estado de conservação é altamente deficitário, pois apresenta fissuração longitudinal profunda, em resultado de os materiais terem contraído e dilatado de maneiras diversas. Trata-se de um fenómeno que acontece devido às tensões exercidas por diferentes materiais que nas suas juntas revelam descolamento manifestado por alterações de planura e justaposição.

Em face desta situação, a alvenaria apresenta risco de derrocada, pondo em perigo pessoas e bens.

Neste sentido, propomos a demolição deste muro e a sua reconstrução total.


Proposta:

No sentido de salvaguardar pessoas e bens, a nossa proposta assenta em dois vectores:

1 – A reconstrução total do muro, de suporte-vedação, com base num arranque em betão B25, e aço A400 NR, e posterior alteamento em bloco de betão (20 cm), devendo a argamassa de assentamento (e rebocos) ser aditivada de modo a ter um comportamento mais elástico.

É de notar que parte deste muro, ficará embebido como parede do pavilhão.

Anexo ao muro executar-se-á uma caleira em betão (secção em U), com vista ao escoamento de águas pluviais.

Este processo (de drenagem pluvial) deverá ser concertado com os vizinhos, com vista a que os próprios desimpessam as passagens hidráulicas. Deverá, portanto a entidade adjudicatária proceder aos contactos necessários, de modo a obter-se uma reunião geral com os intervenientes neste tema, de maneira a libertar a condução de caudal que surge de montante, caudal de elevada monta, como se tem vindo a observar.

O muro de suporte-vedação deverá ser rebocado e pintado, sendo necessária a sua impermeabilização até meia-altura através de aplicação de emulsão betuminosa.

2 – Relativamente ao pavilhão, propômos a reconstrução por inteiro, com vista a dotar o laboratório, das condições iniciais.

Neste sentido, executar-se-á um projecto de arquitectura autónomo, relativamente a este assunto.

Trata-se dum pequeno edifício em alvenaria de bloco de betão, com pilares em betão armado e cobertura em chapa ondulada de zinco termolacada, assente num conjunto de suportes em treliça de tubo de aço pintado que reproduzirá as necessidades do laboratório. Importa dizer que parte da estrutura do edifício será de betão armado até meia-altura ou seja a parede tardoz ficará embebida no betão de suporte (Muro-vedação), como já foi referido.

Conclusão:

Podemos constatar o elevado grau de degradação das estruturas citadas.

Infelizmente devido à sua deficiente técnica de construção estes elementos são incapazes de resistir aos elementos, pondo em perigo pessoas e bens, e tendo como resultado a depauperação do património do laboratório.

É no sentido de proceder conforme as boas técnicas da arte que propômos esta intervenção, na certeza de melhor e justamente servir os interesses duma instituição pública notória e da maior necessidade.


A. M.
Arquitecto

Gonçalo Torrado dos Reis
Arquitecto-Paisagista

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