1 Jul 2011

paisagem turística



Memória descritiva,

A Paisagem proposta para a envolvente ao edificado (…) baseia-se na seguinte sistematização dos seus elementos constituintes;

Implantação Altimétrica e Modelação de Terreno
Privilegia-se em termos de implantação altimétrica uma solução que se baseia na maximização da concordância de cotas existentes e de implantação de estruturas e planos construídos. Este facto prende-se, naturalmente, com o objectivo de manter ao máximo a integralidade do terreno natural com a sua topografia ligeiramente ondulada, valor intrínseco importante, a valorizar.
Ocorre, no entanto, a necessidade de se prever pequenas modelações que resultam da justaposição dos elementos edificados (Edifício Principal e Blocos de Quartos) no terreno, com vista a adquirir planos relvados com uma pendente minima na parte posterior destes edifícios. Procura-se que estes planos relvados constituam áreas de estar e fruição para os utentes.
A sua vizinhança topográfica com o terreno envolvente far-se-á por colagem suave e concordante.

Pavimentações
A este nível, propõem-se tipos de pavimentos associados às suas funções essenciais:
            Pavimento em macadame hidráulico – Consiste numa mistura de agregado de granulometria variável britado ou natural e aglutinado pela água, cuja estabilidade é obtida pela acção mecânica enérgica da compactação. Este pavimento é preconizado como base e finalização para o suporte às vias de trânsito automóvel e estacionamento.
            Pavimento em calçada 0,06x0,06x0,06 de pedra da região – Consiste num pavimento vocacionado para os percursos e acessibilidades pedonais (passeios) entre os Blocos de Quartos e o Edifício Principal, bem como os acessos aos Parques de Estacionamento.
            Pavimento em cubo 0,11x0,11x0,11 de pedra da região – Consiste num conjunto de pequenos polígonos rectangulares que intersectam o pavimento em macadame e marcam o seu atravessamento preferencial com vista a organizar o fluxo pedonal.
            Pavimento em lajetas de pedra rústica da região – Consiste num pavimento rústico de pedra da região, preferencialmente assente em almofada de areia, que se desenvolve num sistema de percursos que definem as diversas áreas de Jardim – Os relvados, os prados floridos, os revestimentos herbáceos, sub-arbustivos e arbustivos e ainda o Parque Infantil. Estes elementos constituintes do projecto estão coordenados com este sistema de percursos com o objectivo de possibilitar a fruição duma variedade de cenários e posicionamentos na paisagem.
Estes percursos receberão ainda elementos como bancos e elementos de sombra para que se possa estar nestes sítios.
Pavimentos contínuos em borracha reciclada – Estes pavimentos surgem através da proposta da criação dum Parque Infantil. São pavimentos de segurança em borracha necessários como amortecedores das quedas das crianças e podem ser compostos por uma camada de borracha base de espessura variável e uma camada colorida de acabamento com 10 mm de espessura. O desenho previsto consiste numa delimitação simples de áreas anexas aos brinquedos (em amarelo) em contraste com uma matriz abrangente de pavimento cor de laranja.
O Parque Infantil situa-se no pequeno declive descendente do cabeço que suporta o Edifício Principal e consiste numa plataforma circular fortemente ensombrada por árvores formando um bosquete de Acer pseudoplatanus e Tipuana tipu que se vislumbra na paisagem, sem se impor de maneira ostensiva.
Os brinquedos escolhidos estão direccionados para o uso infantil numa gama diversa de idades. O Parque Infantil encontra-se vedado por um sistema de contenção em paliçada de prumos de madeira e por portão com fecho cujo objectivo é conter a dispersão dos utentes pelo espaço terceiro, fomentar o uso seguro e controlado por adultos.

Material Vegetal
O elenco florístico proposto assenta fundamentalmente em quatro pressupostos,
            A existência dum solo com um pH de ácido a muito ácido, de textura franco arenosa a arenosa e com valores de matéria orgânica muito baixos.
            A necessidade de manter uma adequabilidade ecológica no uso da vegetação. Neste sentido faz-se forte apelo ao material vegetal próprio da região, muito deste existente no local e vizinhança.
            A necessidade de prever baixos regimes de manutenção, privilegiando o uso de sistemas extensivos.
            A necessidade de prever consumos de água moderados a baixos, a médio e longo prazo, respectivamente.

Neste sentido as variações tipológicas de coberto vegetal (Prados, relvados, revestimentos herbáceos, revestimentos sub-arbustivos e arbustivos e mata) são concretizadas através desta cuidadosa selecção de material vegetal.

Sistema de rega
Prevê-se a utilização essencialmente de sistemas de distribuição de água às plantas por aspersão.
Nos primeiros três anos, durante a instalação da vegetação, as dotações serão as normais, prevendo-se seguidamente a redução da quantidade de água distribuída em função da maturidade das espécies.
Em complemento prevê-se a utilização duma estação meteorológica que regula um programador de rega e o orienta nas durações de rega sectorial no sentido de melhorar o uso racional de água e distribuição correcta de humidade pelas plantas.

Lisboa, 23 de Junho de 2007

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